Defensoria Pública conversará com comunidade indígena afetada em disputa entre Ceará e Piauí.

 


TIANGUA-CE, BRASIL, 18-12-2023: Açude Jaburu. Area de Litigio, entre Ceará e Piauí, caso que Piauí pede parte do territorio do Ceará na divisa. (Foto: Aurélio Alves/O Povo)

TIANGUA-CE, BRASIL, 18-12-2023: Açude Jaburu. Area de Litigio, entre Ceará e Piauí, caso que Piauí pede parte do territorio do Ceará na divisa. (Foto: Aurélio Alves/O Povo) Crédito: AURÉLIO ALVES


A Defensoria Pública do Estado do Ceará (DPCE) vai realizar uma audiência pública para a escuta da população indígena na Aldeia Umburana e Cajueiro na sexta-feira, 24. O território da comunidade fica na região de disputa entre Ceará e Piauí e o DPCE quer conversar com eles sobre os possíveis impactos para a população.       

A audiência vai acontecer no município de Poranga, às 15 horas, na Escola Indígena Jardim das Oliveiras – Rua dos Tabajaras e Kalabaca, sn.

Desde o ano de 2011, o Estado do Piauí reivindica na justiça terras que pertencem ao Ceará causando impactos sociais nas pessoas que moram na região em disputa do litígio. Os municípios afetados são: CarnaubalCrateúsCroatáGranja, Guaraciaba do NorteIbiapinaIpaporangaIpueirasPoranga, São Benedito, TianguáUbajara Viçosa.

Já em agosto do ano passado, ao DPCE entrou como colaboradora processual da ação que trata sobre o litígio no STF. Assim, o DPCE pode representar as populações mais vulneráveis das cidades e ajudar no debate sobre a questão.

Para Lia Felismino, defensora pública, “Escutamos a população indígena para saber quais impactos sociais o litígio causa na Aldeia Umburana e Cajueiro. Então vamos trazer os indígenas ao processo para que eles digam o que pensam, qual o sentimento de pertencimento e quais seus anseios”.


 Um dos mobilizadores do movimento é Jorge Tabajara, secretário-executivo da Secretaria dos Povos Indígenas do Ceará, entende que o momento de escuta é importante. “Como indígena Tabajara, da aldeia Cajueiro, tenho buscado, em todos os lugares e instâncias, reafirmar a nossa ancestralidade, a nossa originalidade e o nosso pertencimento ao Estado do Ceará".

Segundo Tabajara, a comunidade será prejudicada caso o território seja fixado como do Piauí, complicando até mesmo o processo de reconhecimento do território indigena e que já tramita nos órgãos competentes, com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas.

Tabajara também chama a população que tem interesse nesse debate para se fazer presente. A audiência será também acompanhada pelos membros da Procuradoria Geral do Estado e pelo subdefensor geral, Leandro Bessa.


                                          o Povo 


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