O grupo de voluntários se reúne toda quarta-feira, à noite, para montar e entregar marmitas para pessoas em situação de rua. Os alimentos são preparados nas casas de voluntários e montadas as quentinhas na Catedral de São José. Antes de saírem para a entrega, logo após a missa das 18h, acontece também a reza do Terço dos Homens, na Gruta de Nossa Senhora de Lourdes. A caravana da solidariedade percorre pontos estratégicos onde costumam ficar algumas pessoas em situação de rua, praças, mercado central, abrigo metálico, rodoviária, antiga estação ferroviária e também no alto do Jucá, próximo às pontes.
A ação social é desenvolvida pela Pastoral da Caridade, da Catedral de São José, com apoio de voluntários e parceiros. “Nós sentimos a necessidade de termos um trabalho mais expressivo, mais concreto sobre a caridade fraterna, o amor aos pobres para nossos irmãos e irmãs em situação de rua em nossa cidade. Começamos com a doação de vinte, passou para vinte e cinco, estamos com uma média de cinquenta quentinhas toda quarta-feira. Além da quentinha, temos o cuidado de levar água congelada porque Iguatu é muito quente. Eles precisam de água fresca durante a noite. Entregamos também amor e carinho para cada um deles. E assim tem sido feito”, contou o padre José Wallace, pároco da Catedral de São José, desde já agradecendo o apoio e parceria das pessoas que ajudam de forma direta e indireta com doações.
Fome na alma
É uma experiência que só quem acompanha pode ter um pouco da noção da realidade como vivem essas pessoas em situação de rua. Alguns casais, jovens e voluntários participam dessa ação, por meio da Pastoral da Caridade, da Catedral de São José. “Nós somos presenteados em fazer parte desse movimento tão bonito, que vai muito além da questão do alimento. O alimento que a gente prepara aqui para levar para eles é apenas uma forma de amenizar a questão imediata da fome, mas o mais importante é a gente estar junto deles. A gente escuta testemunhos muito bonitos deles. Todas as vezes que a gente vai, onde dizem que para realmente sentem fome, mas a fome maior é na alma, e segundo eles a presença da gente, o abraço, o carinho vale mais que o alimento. A gente vai tendo esse convívio com eles, vendo outras necessidades que eles têm, vestimenta, medicamento, aconselhamento. Isso tem sido pra gente uma grande bênção, somos muito gratos a Deus”, pontuou Claudizio de Paula, integrante da Pastoral da Caridade, destacando também que a intenção não e só fazer essas ações, mas também fazer o ‘resgate’ dessas pessoas, com o objetivo de retirá-las de situação de rua. “O grande sonho, o desejo nosso é que a gente saia e não encontre nenhum. Mas, infelizmente, a realidade não é essa. A realidade bate à nossa porta e não podemos como cristãos verdadeiros ficar indiferentes ao sofrimento dessas pessoas”.
Anjos
A comerciante Vanuza Mendonça, que é integrante da Pastoral da Caridade, reserva a noite da quarta-feira para participar desse momento. “A gente pode reservar um pouco do nosso tempo para estarmos juntos com nossos irmãos em situação de rua. Levando essa alimentação, carinho, todas quarta-feira passando por vários locais, pelo Mercado Público, Abrigo Metálico, Alto do Jucá próximo à ponte, a gente se sente bem em receber também o carinho deles. A gente é bem recebido por eles. Nos acolhem muito bem. Quem tiver alguma doação, tanto de alimentação, calçados, roupas, estamos prontos para receber e também ir pegar. Basta entrar em contato com a secretaria da catedral”, disse.
“O carinho é recíproco”, destaca Maria Joice, assistida pela Pastoral. “Essas pessoas são anjos, que vieram do céu, são abençoados. Devemos receber agradecer primeiramente a Deus, depois a essas pessoas. Se não fosse a presença dessas pessoas aqui, muitas pessoas estariam com fome, sem roupa, com sede e sem a palavra de Deus. Eu agradeço a esses anjos também”.
As pessoas interessadas em ajudar, doar ou até mesmo participar das visitas basta ir até a Catedral de São José a partir das 19h, todas as quartas-feiras, quando acontecem as visitas. As doações podem ser levadas também para missas, ou deixar na secretaria da paróquia atrás da igreja.
Jornal a Praça
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