O desenvolvimento do turismo em Santana do Cariri após a Menina Benigna.

 


Além dos 30 mil visitantes que já recebe por ano, a cidade agora projeta um aumento significativo no fluxo de romeiros e turistas (Foto: Fernanda Barros)



Um caso de violência contra uma menina de 13 anos no sítio Oitis choca o distrito de Inhumas, na pequena Santana do Cariri, a cerca de 500 quilômetros de Fortaleza. Aconteceu em 24 de outubro de 1941 , mas facilmente poderia ser registrado hoje — num Brasil em que todo dia morrem e nascem em rebento mulheres beatas de si. Benigna não queria ser santa.

Desde essa data, visitas ao túmulo e ao local do chamado martírio mobilizam a cidade inteira aos pés da "heroína da castidade", com uma legião que roga seu nome contra o maligno.

As romarias e peregrinações são acompanhadas por milhares de pessoas que pedem intercessão e fazem promessas à "santa de Inhumas" — aquela erguida ao altar com vestido de chita que, 80 anos depois, seria reconhecida pelo Vaticano e viria a se tornar a primeira beata cearense.

No sopé da Chapada do Araripe, a aura sagrada de um vale encantado envolve o município de pouco mais de 17 mil habitantes como se cada pedra também carregasse consigo um fragmento de santidade.

De um lado, a considerada capital da paleontologia abriga fósseis e uma riqueza geológica de importância científica reconhecida mundialmente; do outro, a devoção em torno da figura da mártir-sertaneja que, além da religiosidade, virou símbolo da luta contra a violência sofrida por meninas e mulheres.

Com a beatificação de Benigna, santanenses se preparam para transformações e percebem o turismo religioso como uma fonte para o desenvolvimento local, cuja dinâmica econômica já se destaca pelo turismo científico, mas também engloba atividades como a exploração mineral (puxada pela extração da pedra Cariri) e o comércio de artesanatos.

Além dos 30 mil visitantes que já recebe por ano, a cidade agora projeta um aumento significativo no fluxo de romeiros e turistas com a inauguração de um grande santuário em homenagem à beata.

O marco coloca Santana do Cariri ao lado de destinos religiosos já consagrados na região, como Juazeiro do Norte, com a figura de padre Cícero, e Barbalha, com a imagem de Santo Antônio.

Elevada aos altares, Benigna foi homenageada com um monumento de 26 metros de altura capaz de acolher mais de 100 mil romeiros — com áreas para oração, estacionamento, ambulantes e grandes celebrações.

O Complexo Turístico e Religioso de Benigna  recebeu cerca de R$ 15 milhões em investimentos numa parceria entre Governo do Estado, Prefeitura Municipal de Santana do Cariri e paróquia Sra. Sant'Ana - Diocese de Crato. Sob responsabilidade da Superintendência de Obras Públicas (SOP), e deve ser entregue ainda esse ano de 2024. 

O último pedaço a ser instalado na estátua gigante é o rosto de Benigna,  A face que estampa a fé do povo santanense, que nasce a partir de um esforço mental entre memórias coletivas, documentos oficiais, discursos e narrativas do catolicismo.

As peças foram esculpidas por uma equipe de artesãos da empresa MultiPlay Parks, do município de Eusébio, na região metropolitana de Fortaleza (RMF), e transportadas ainda no fim do ano passado para Santana do Cariri.

A fé estimula constantemente as visitações ao santuário de Benigna Cardoso, onde romeiros e devotos estão vindo de várias locais do Nordeste, em busca de revigorar a sua crença popular.  

 O secretário de cultura e turismo do Município Ypisilon Félix, enfatiza que o governo municipal está empenhado para melhorar ainda mais a infra estrutura para visitantes e turistas, oferecendo uma melhor comodidade para que possamos acolher bem essas pessoas que vem a Santana do Cariri, visitar nossa serva de Deus Benigna Cardoso, estamos muito esperançosos que esse ano ainda possamos inaugurar a estatua, definiu o secretário a redação do Blog do Amaury Alencar. 

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