Ceará é o quinto estado do Brasil com maior proporção de municípios com lixões

 


Em março deste ano, o MPCE ajuizou uma Ação Civil Pública para que a Prefeitura de Acaraú encerre as atividades do "lixão" e elabore um plano para regulamentar a coleta de resíduos sólidos

Em março deste ano, o MPCE ajuizou uma Ação Civil Pública para que a Prefeitura de Acaraú encerre as atividades do "lixão" e elabore um plano para regulamentar a coleta de resíduos sólidos Crédito: Divulgação/Ministério Público do Ceará

Ceará é o quinto estado brasileiro com maior proporção de municípios que utilizam lixões como destinação de resíduos sólidos. Dos 178 municípios com serviço de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, em 80,9% (144) a destinação/disposição final de resíduos sólidos é com vazadouros a céu aberto, os lixões.

Dados da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) 2023 foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 28. 

Pesquisa traz dados de abastecimento de água por rede geral; esgotamento sanitário por rede coletora; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; além de drenagem e manejo de águas pluviais. 

Estados da Amazônia Legal, como Amazonas (91,9%), Maranhão (88,6%), e Roraima (85,7%), apresentaram os maiores índices de uso de lixões, evidenciando uma infraestrutura inadequada para a gestão de resíduos sólidos nessas áreas. Além deles, apenas o Pará (83,8%) apresenta situação pior que o Ceará neste quesito. 

No que se refere aos serviços de coleta de resíduos sólidos especiais, o Ceará apresenta cobertura considerada intermediária, com uma quantidade considerável de municípios ainda sem esse serviço: 76,5% (140 de 183).

Dessa forma, o Ceará fica na nona posição entre os estados com menor cobertura na coleta de resíduos especiais. Os resíduos sólidos especiais incluem materiais que requerem tratamentos diferenciados, como resíduos industriais, hospitalares ou provenientes de grandes geradores.

Município cearense é um dos oito no Brasil sem nenhum serviço de limpeza urbana 

O município cearense de Orós é um dos oito no Brasil — o único do Nordeste — que não tem registro de nenhum serviço de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. Pelo menos um dos serviços foi identificado nos outros 5.557 (99,8%) municípios brasileiros.

Os serviços verificados foram: capina e/ou raspagem de vias e logradouros públicos; tratamento de resíduos secos e/ou resíduos orgânicos; limpeza de feiras e/ou mercados públicos; varrição de vias e logradouros públicos; coleta de resíduos especiais; limpeza de praias; poda de árvores; coleta seletiva; disposição final; pintura de meio-fio; remoção de animais mortos; triagem de resíduos sólidos recicláveis; coleta de resíduos sujeitos à logística reversa; limpeza de estruturas de drenagem de águas pluviais; limpeza de espelhos d’água e margens de cursos d’água. 

Drenagem e manejo de águas pluviais

A região Nordeste foi a que apresentou menor percentual de municípios com serviços de drenagem e manejo de águas pluviais, com (89,3%). A Região Sudeste apresentou o maior percentual de municípios com o serviço (99,6%). Neste quesito, o Ceará é o quinto estado nordestino com menor percentual de cidades com serviço de drenagem e manejo de águas pluviais (95,7%) — 176 dos 184.

Pesquisa também revela que a adoção de Soluções Baseadas na Natureza (SbN) no manejo de águas pluviais ainda é baixa no País. O Ceará está entre os estados cujo percentual de municípios que não sabem o que é SbN é maior do que aqueles que a adotam, com percentual de 29% de municípios que adotam alguma estratégia de drenagem sustentável.

 O levantamento elencou as seguintes SbN: alagados construídos (wetlands); corredores verdes urbanos (greenways); ruas verdes (green streets); canteiros pluviais; jardins de chuva; bioengenharia de solos ou engenharia natural; parques lineares urbanos; valas de infiltração.

                                                          o Povo 

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